Texto para os encontros de maio de 2014 da Paróquia Nossa Senhora do Rosário
Aracati-CE
Carcinicultura e repressão no Cumbe.
No dia 12 de março deste ano, homens, mulheres, crianças, gestantes e idosos da comunidade Cumbe, em Aracati-CE, resistiram a mais uma ação violenta da polícia, com aval da Justiça e em defesa dos interesses da criação empresarial de camarão, a carcinicultura. Pela ordem, que partiu da juíza da 1° vara da comarca de Aracati, Ana Celina Studart Monte Gurgel Carneiro, e pela atuação do Comando Tático Rural (COTAR), que lançou bombas de gás, balas de borracha, invadiu domicílios, prendeu pessoas e promoveu a destruição de uma barraca e do cultivo de ostras pertencentes a pescadoras e pescadores locais, dá para se ter nítida noção da parcialidade destes poderes, que tomam, em regra, a frente do lado empresarial, ficando contra os trabalhadores e trabalhadoras. A prática destrutiva da carcinicultura tem invadido e atrasado a vida de comunidades inteiras não só em Aracati, mas em todo litoral brasileiro. Assassinatos são atribuídos a empresários que não toleram fiscalizações e/ou protestos contra sua sanha sempre maior por mais lucros. Uma das principais estratégias utilizadas por estes senhores para fins de dominação é “dividir para governar”, comprando falsas lideranças e buscando impedir que o povo se una contra os inimigos que lhes são comuns. Os homens do poder sabem bem que união e luta são armas indestrutíveis quando em posse do povo oprimido e colocadas a serviço de um projeto de libertação. Somos muitos e, unidos, venceremos!
Thales Emmanuel

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