IX Festa do Mangue do Cumbe: Viver Quilombola e Mudanças Climáticas - 27, 28 e 29 de outubro de 2023


Link de INSCRIÇÕES para a IX Festa do Mangue do Cumbe 



 Nos dias 27, 28 e 29 de outubro de 2023, no Quilombo do Cumbe, município do Aracati, litoral leste do Ceará, acontecerá a 9º Festa do Mangue do Cumbe: Viver Quilombola e Mudanças Climáticas. 

A Festa do Mangue do Cumbe aqui é entendida em seu caráter educativo e político, tendo em vista que se busca ocupar e reafirmar o território quilombola pesqueiro como importante para nossa reprodução social e do ecossistema manguezal para o combate dos efeitos das mudanças climáticas e para a vida no planeta terra. Busca-se com a Festa, sensibilizar pessoas para a importância do mangue, sua preservação e conservação, uma vez que esse berçário da vida marinha se encontra ameaçado por ações humanas e por atividades econômicas.

Mesmo com toda uma legislação ambiental tanto federal como estadual de proteção dos manguezais, afirmamos que esse ecossistema vem sofrendo sérias ameaças por atividades econômicas que são licenciadas por órgãos ambientais que deveriam fazer sua proteção. Mas o que temos visto nas últimas 3 décadas é a invasão das áreas de manguezais para construção de portos, risorts e fazendas de criação de camarão em cativeiro como acontece no Cumbe.

Com todo o apelo mundial da emergência climática e do aquecimento global do planeta terra, quase nada vem sendo feito pelos governos e órgãos ambientais para a proteção e conservação dos manguezais. Cabendo a nós comunidades tradicionais que dependemos e precisamos das áreas de manguezais para nossa existência, geração de renda, soberania alimentar e reprodução social fazer sua defesa, vigilância e proteção, como possibilidade de ampliar o debate com toda sociedade da importâncias dos manguezais para produção de alimentos, berçário da vida marinha, produtor de oxigênio e regulador para os efeitos das mudanças climáticas.

Buscamos com a realização da Festa do Mangue, dar visibilidade a identidade quilombola pesqueira que se constitui no Cumbe, num contexto de disputas de projeto de mundo, onde se tem nos modos tradicionais a resposta para a crise global civilizatória, a partir das experiências de bem viver presente no território quilombola do Cumbe. Com isso buscamos reafirmar nossas histórias, memórias, lutas, resistências, diversidade cultural e identidade racial, narrando nosso processo de organização e luta política, atribuindo sentidos e significados sobre nossa relação com o manguezal e de garantir um território tradicional livre das ameaças econômicas.

Desde o ano de 2007, que nós quilombolas pescadoras/es do mangue do Cumbe desenvolvemos durante a semana de defesa dos manguezais, uma série de atividades sobre a temática manguezal. A partir de 2014, surge a ideia de realizar a “I Festa do Mangue do Cumbe”, ampliando, desta forma, o debate sobre a importância dos manguezais para as comunidades pesqueiras e ambientes associados à dinâmica costeira, como também seus serviços ambientais. Denunciando o avanço das atividades econômicas que ameaçam modos de vidas e ao ecossistema manguezal.

A partir das ameaças que adentraram o território, surge à necessidade de criar estratégias de luta e resistência que possibilitassem assegurar o território tradicional livre das ameaças econômicas. Em decorrência desse contexto é que a Festa do Mangue do Cumbe foi pensada como forma de reunir pessoas na luta pela defesa dos manguezais, respeito ao modo de vida local, com a perspectiva de avançar com o processo de regularização fundiária do território quilombola do Cumbe que envolve as áreas de manguezais do estuário do Rio Jaguaribe.

Informações: quilombodocumbe@gmail.com

WhatsApp (85) 99726 0734 - João / (88) 99263 8648 - Cleomar / (88) 99951 1692  - Luciana

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