Bloco Karambolas do Cumbe: Manguezal é Folia nesse Carnaval 2024

 



O Cordão Bloco Karambolas do Cumbe, no carnaval de 2024, levou para o desfile do Carnaval Cultural do Aracati o Ecossistema Manguezal, conhecido como berçário da vida marinha, grande produtor de alimentos saudáveis e bem viver das comunidades que tiram do manguezal seu sustento e meio de vida.

Só que nas últimas décadas o ecossistema manguezal vem sendo ameaçado por atividades econômicas que visam exclusivamente o lucro, o que vai impactar no modo de vida e empobrecimento das comunidades, causando a privatização das áreas públicas, desmatamento da sua flora, degradação do solo e poluição das suas águas, ocasionando a mortandade de diversas espécies de peixes, crustáceos e mariscos.

Neste sentido, o Quilombo do Cumbe, através da Associação Quilombola do Cumbe, vem realizando anualmente diversas atividades culturais e ambientais pela defesa do território de uso comunitário e preservação do ecossistema manguezal, importante aliado no combate da fome e dos efeitos das mudanças climáticas.

Com a temática “Manguezal é folia nesse carnaval 2024”, o Cordão Bloco Karambolas do Cumbe apresentou no seu desfile um figurino representativo da cultura do mangue, diversidade, beleza e valor. Além de fazer uma crítica e alertar para destruição desse importante ecossistema costeiro marinho.

O Cordão Bloco Karambolas do Cumbe na abertura do seu desfile entrou com o estandarte no formato de vela de barco, em seguida uma faixa com o título “Manguezal é folia nesse carnaval 2024”. Atrás da faixa a representação de dois orixás que simboliza o encontro das águas doce e salgadas,  do Rio Jaguaribe com o mar – Nanã e Iemanjá.

Na cosmovisão africana Nanã é a divindade feminina mais antiga do elemento terra. Ela domina a lama e os pântanos. Seu culto remete ao começo do mundo, bem antes do homem descobrir o ferro. Ela representa a avó, a matriarca familiar que sob o seu entendimento e experiencia adquirida, nos ensina a ter paciência, tolerância e respeito.

O nome Iemanjá tem origem no idioma africano yorubá. É ela quem cuida da cabeça e do coração dos que a cultuam, tanto no Candomblé como na Umbanda. Iemanjá é conhecida por sua generosidade e força, a divindade é considerada dona das águas e mãe de todos os orixás.

Atrás de Nanã e Iemanjá, a faixa com os dizeres “Na vida do Cumbe ... É Mará Cheia, É Maré Baixa” – Alas formada por 4 mulheres quilombolas com vestimentas de baianas simbolizando a maré que é responsável pela fartura de pescados.

Em seguida a faixa: “Não Mangue de Mim, sou mangue e vou lhe contar...” – Nessa ala denunciamos a destruição e morte do mangue, simbolizada nos troncos do mangue morto.

Logo depois a faixa: “Mangue a garantir a vida do Cumbe e do Aracati” – Nesta ala mostramos a cultura do mangue com toda sua beleza, riqueza e valor, simbolizando o mangue vivo, berçário da vida.

E Finalizamos o desfile com a faixa: “Quilombo do Cumbe – Nenhum Quilombo a menos em Aracati, no Ceará e no Brasil”



























































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