segunda-feira, 10 de abril de 2017

Comissão de organizações populares se manifesta por audiência e é recebida com repressão em prefeitura do Ceará


Por Josenilson Doddy*
Ontem, 10 de abril, em Aracati-CE, a Organização Popular (OPA), junto ao Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Fórum Comunitário de Aracati se mobilizaram para reivindicar audiência com o executivo do município.
A comissão de aproximadamente 150 pessoas trazia pautas de 15 comunidades quando foi barrada na entrada da prefeitura por forte aparato da guarda municipal. Com o portão do órgão “público” fechado, a guarda lançou spray de pimenta contra os/as manifestantes. A repressão foi oferecida pelo prefeito Bismark Maia (PTB) em resposta às necessidades e demandas trazidas pelo povo.

Segundo relatos, esta tem sido a política do atual prefeito: aprofundar o sucateamento do sistema público de saúde e educacional, fechando postos de atendimento e escolas nas comunidades, reduzindo investimentos, além da resistência em renovar o convênio com o Hospital e Maternidade Santa Luísa de Marillac, fundamental à vida de crianças e mulheres da região. Sem contar as estradas, que se encontram intransitáveis e sem previsão de reforma. "O prefeito tem práticas do coronelismo."
Para Tiago Pereira, militante do MST, “é mais uma prova de que o povo não pode esperar boas coisas de quem está no poder amparado por interesses de grandes empresas. A verdadeira política do povo vem das ruas, da luta. Somente o povo organizado será capaz de mudar essa triste realidade e fazer as transformações sociais necessárias.”

Jocélia Ribeiro, da coordenação da OPA, fala da “falta de respeito com as pessoas e com as organizações aqui presentes. A atual gestão está em consonância com o governo federal: golpista e ditador. Não devemos nos enganar com a falsa democracia por eles anunciada. Lutemos para construir uma democracia que seja da maioria.”

“Hoje fomos desrespeitados, mas voltaremos com mais gente. Ninguém é maior que a força do povo. O que é público será público. Não desistiremos de nossos direitos. Lutaremos por eles até o fim.”, declarou Gil, da comunidade Cajueiro e da OPA.
A manifestação durou das 8 às 14:30 horas, período em que nem o prefeito apareceu nem o centro administrativo da prefeitura funcionou.



 *Josenilson Doddy é militante da OPA e da PJMP.

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