Entidade internacional cobra autoridades sobre violência no Cumbe

A Redmanglar Internacional publicou nesta quinta-feira nota de repúdio a desocupação de uma área na comunidade do Cumbe, ocorrido na manhã de ontem (12), expressando sua preocupação e condenando a violação dos direitos humanos dos moradores da comunidade do Cumbe. .
Na nota, a entidade rechaça que a justiça e outras instituições governamentais favoreçam interesses particulares a favor de um empresário da carcinicultura, contra o bem comum e coletivo de uma população.
A entidade solicita ainda que o prefeito de Aracati, Ivan Silvério, atue em favor do benefício dos habitantes do município e respeite os direitos de sua população, garantindo o desenvolvimento social e ambiental do município, “ao invés da reativação deste empreendimento camaroneiro que está vulnerabilizando a população e o ecossistema manguezal”.
Ainda de acordo com a nota, no mês de junho, a Secretaria Executiva da Redmanglar somou-se a denúncia pública do Cumbe, enviando um comunicado e carta ao prefeito de Aracati, expondo verbalmente o conhecimento e preocupação do caso, mas sem obter uma resposta por parte da prefeitura.
Entenda o caso
Na última semana, a comunidade foi despejada pelas forças da Polícia Militar diante do empresário e com a participação das autoridades da justiça. O despejo, segundo a organização internacional, se deu no momento em que a maioria dos pescadores estavam pescando, estando em casa somente as mulheres e crianças.
“Mais de vinte sete famílias da comunidade do Cumbe, município de Aracati no Estado do Ceará, foram injustamente desalojadas do seu território por policiais militares. Autoridades governamentais do Brasil respondem aos interesses particulares de um carcinicultor, violentando os direitos humanos de toda uma comunidade”, publicou a Redmanglar Internacional.
A comunidade do Cumbe tem realizado um esforço para fazer evidente a intenção do empresário e carcinicultor Rubens dos Santos Gomes, de reativar uma fazenda de camarão, a pesar da ilegalidade e do conflito sobre a pose da terra, com o fim de apropriar-se do território da comunidade.
“Para conseguir reativar esta fazenda, o empresário recorreu inclusive à destruição de áreas de manguezal sem que as autoridades tenham atuado devidamente frente à degradação do ecossistema que se encontrava em processo de recuperação. Para evitar a destruição dos manguezais pelo empresário, moradores da comunidade ocuparam a área desde o dia 10 de março de 2013. O empresário em resposta iniciou um processo de criminalização contra vários pescadores locais, acusando-os de suposta invasão”, diz a nota.

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